11.11.14

18.10.14 - Estrada Real

18.10.14 - Dia 1: Planejamento, preparativos e chegada em Diamantina

Planejamos a viagem de bicicleta pela estrada Real, iniciando em Diamantina. Faríamos o caminho dos Diamantes (Diamantina a Ouro Preto) e o que o tempo permitisse do Caminho Velho (Ouro Preto - Parati).


A ideia de fazer este caminho foi do Kolb e a data definida foi para Outubro. Consegui a confirmação das férias um mês antes. A confirmação do pessoal que viajou ficou definida alguns dias antes: Eu, Kolb, Paulo, Jorge e Luiz.


Consegui confirmar um mês antes e outras pessoas não puderam ir ha apenas alguns dias da viagem. No final viajamos eu, Kolb, Paulo, Jorge e o Luiz. O Paulo foi convidado pelo Kolb e o Luiz pelo Jorge (eles são cunhados).


O itinerário para chegar em Diamantina foi embarcar no ônibus Pinda - São Paulo na sexta, dia 17/out as 16h. Depois outro ônibus de São Paulo a Diamantina as 20:50h. Para isso embalamos as bicicletas e a perna para São Paulo foi bem tranquila. O filho do Paulo estava nos esperando no terminal do Tietê com as passagens para Diamantina. Tivemos tempo de comer algo antes de embarcar.

Já a viagem para Diamantina foi mais conturbada. Depois de pagar a taxa de embarque de R$28, embarcamos e começamos a viagem. O ônibus parou em um estacionamento e fizemos a primeira baldeação. Este ônibus estava com problemas no ar condicionado e trocamos para um outro em Camanducaia.

Dai seguimos até Belo Horizonte, trecho que fui ora dormindo ora acordado. Trocamos de ônibus novamente e alguns quilômetros depois tivemos que esterar o carro trazer um desgarrado que não embarcou. Sei que chegamos em Diamantina na parte da tarde, ou seja 22h entre Pinda e Diamantina. Cheguei bem cansado.

Paramos na pousada Jequitinhonha, um pouco antes da cidade onde Jorge e Luiz nos esperavam, pois eles vinham de Campinas. Nos cumprimentamos, almoçamos, conversamos e descansamos um pouco na pousada, que pagamos R$20/pessoa.

À noite caminhamos para a cidade onde teve uma apresentação da Vesperata. Muita gente, agitação e música. Vale muito a pena. Pena que não aguentei ficar até o final por causa da noite mal dormida.

19.10.14 - Dia 2: Diamantina - Vau - São Gonçalo do Rio das Pedras


Reservamos a manhã para conhecer melhor a cidade. Tomamos café e deixamos a pousada para cidade, de onde tocariamos para frente. Passamos na passarela do convento, igrejas e vielas. No centro havia uma feirinha com gente vendendo flores secas, engraxando sapatos, tirando fotos lambe-lambe, etc.


Ali conhecemos a Cristiane, da Bahia, que começaria a viagem de bicicleta pela ER no dia seguinte. Na parte da tarde chegamos no hotel onde fica o marco 1 da estrada. Obtivemos nosso passaporte com o primeiro carimbo e começamos a pedalar.


A estrada começa calçada por pedras mas logo vem a estrada de terra. Passamos por um bairro de periferia e encontramos um grupo de jovens andando de bicicleta. Perguntamos onde eles iam e soubemos que havia um rio que o pessoal usa para se refrescar.


Não demorou para chegar nesse lugar e havia muita gente ali. Como havia um bar, aproveitamos para tomar uma cerveja e refrescar também. O dia estava bem quente e apesar do trecho ser curto (33 quilômetros), o pedal não foi fácil, pois era um sobe e desce constante.


A paisagem é bem diferente do que estou acostumado por aqui: muita pedra de todos os lados e sem plantação ou criação de animais. A vegetação é característica de serrado.


Depois de um demorado andamento, tinha uma venda de roça no bairro do Vau. Vendeu-nos cervejas e amendoim. estava anoitecendo e faltava uma subida longa para chegar em São Gonçalo. O pessoal do bairro nos sugeriu uma trilha para evitar a estrada empoeirada. Assim fizemos boa parte da subida a noite e chegamos num bar onde tomamos uma. Depois saímos para procurar a pousada e ficamos na Recanto Real por R$50 com a jante e café.

Distância percorrida: 36 Km

20.10.14 - Dia 3: São Gonçalo do Rio das Pedras - Milho Verde - Três Barras - Serro


No café conversamos com o proprietário que construiu a pousada. Ele fez um serviço de pedreiro muito bom usando pedras encaixadas no muro, decoração rustica mas bem acabada e um fogão a lenha com estrutura de madeira. Um pouco depois meu celular com gps pifou e acabei usando depois o celular do Paulo como guia da viagem.


Deixamos a pousada e voltamos para a cidade para conhecê-la, já que a pousada fica bem no final dela. Perto da igreja, uma mulher nos chamou: "-Meninões, venham tomar um café.".


Era uma mulher muito simpática e acabamos entrando no bar. Era simples e muito aconchegante. Descobrimos que ela oferecia açaí com cupuaçu: pedimos e nos fartamos. Depois conhecemos a mãe dela, uma senhora de 97, 98 anos que mora numa casa decorada de uma forma que não via há muitos anos: muitos imagens de santos e fotos preto e branco numa moldura oval.


Ali conhecemos uma mulher (de São Paulo) que nos apresentou uma senhora que mantinha um presépio em um cômodo de sua casa. Ela montou uma vila de casas de barro, que estava maior que a própria vila onde estávamos. A vila era bucólica e dava vontade de ficar mais ali.


Antes de partir encontramos um grupo fazendo o estrada real. Eles eram de Ilheus-BA e assim como nós estavam saindo de São Gonçalo. Conversamos um pouco e eles continuaram.


Seguimos pedalando rumo a Milho Verde por uma estrada de terra. Havia um morro para atravessar mas sem muita dificuldade. Compramos água em um supermercado e almoçamos numa pousada.


A perna até Serro seria por asfalto e inicialmente com uma boa descida, mas depois com muito sobe e desce. Descansamos um pouco no bairro Três Barras onde passa o rio Jequitinhonha e continuamos pelo asfalto de baixo de um sol forte.


Chegamos em Serro já anoitecendo e procuramos pousada no centro. Ficamos na pousada Serrana por R$45/pessoa, que fica perto da rodoviária da cidade. Durante a noite andamos pela cidade para procurar um restaurante e conhecer a cidade. Voltamos para a pousada e começou a chover. Choveu a noite toda, acho que a chuva mais forte do ano, dando um fim numa longa estiagem.

Distância percorrida: 34,3 Km

21.10.14 - Dia 4: Serro - Alvorada de Minas - Tapera

Acordei com o tempo ainda chuvoso e por isso demoramos para tomar café. Quando a chuva parou arrumei minhas coisas e saí para andar pela cidade. Depois o pessoal saiu da pousada e fincamos no centro. Nessa um menino que deficiência mental abordou a gente pedindo para tirarmos fotos com ele e depois pediu um caminhão numa loja de brinquedos. Ele era bem hiperativo mas sossegou depois de comprarmos o caminhão para ele. Foi legal.


Compramos água e deixamos a cidade. O trecho inicial estava bem enlameado por causa da construção de uma estrada em volta da cidade. Depois o caminho continuou por asfalto.


Chegamos rapidamente em Alvorada de Minas, cidade pequena e tranquila. Almoçamos um pastel de massa foleada na padaria e continuamos por estrada de terra agora. O caminho tinha subidas e descidas levas mas longas e o tempo nublado ajudou.


Nesta estrada cruzamos com vários caminhões que depois descobrimos ser das mineradoras. Este era nosso primeiro contato, dentre muitos futuros, com essa atividade pelo caminho. Tivemos tranquilidade novamente quando deixamos a estrada principal para seguir para Itapanhoacanga (mais difícil que Pindamonhangaba). Depois de atravessar um morro íngreme, chegamos na vila.


Não demoramos muito pois queríamos chegar em Tapera, separado por uma serra considerável. Logo depois de deixarmos a vila as subidas começaram. Tínhamos eventualmente um alívio na subida mas no geral ela foi bem longa. Quando chegamos no topo do morro a vista ficou linda. Estávamos numa montanha de pedra no final do dia.


Já a descida para chegar na vila foi feita durante a noite por entre uma mata. Todos tínhamos lanternas e acabamos descendo separadamente. Lá em baixo descobri que o Paulo havia caído pois acabou ficando sem freios, mas felizmente não foi nada grave.


Já na cidade, encontramos uma pousada, bar, mercadinho onde ficamos. Chamava-se pousada Simão e nos cobrou R$50/pessoa pelo pouso e janta. Lavamos a roupa na pousada e jantamos por ali e acabamos nem saindo mais da pousada depois porque começou a chover copiosamente. O Paulo nos contou causos da sua infância atrás de comida.

Distância percorrida: 49 Km

22.10.14 - Dia 5: Tapera - Conceição do Mato Dentro

O dia seguinte amanheceu chovendo. Recolhi a roupa que estava úmida ainda e guardei (assim que fica o cheiro de mofo). Tomamos café sem pressa, esperando a chuva passar, mas dessa vez ela ficou nos esperando.


Saímos sob uma chuva fraca que nos acompanhou até o bairro dos Córregos. Chegamos na hora do almoço e saímos procurando um lugar para comer. Encontramos apenas um mercado onde compramos o pão e um senhor que fazia queijos tipo minas. O Paulo comprou uma geleia de mocotó e fizemos nosso banquete no balcão do mercado.


Continuamos pela estrada de terra sentido Conceição do Mato Dentro, que ficou razoavelmente plana e no final encontramos o asfalto fazendo a gente chegar cedo. Segundo conversas nas cidades anteriores e relatos da internet, aqui seria a cidade com maior dificuldade em encontrar pousadas, uma vez que era o principal cidade dormitório das mineradoras.


A cidade estava muito agitada, com muitos caminhões, obras na avenida principal, caminhonetes, gente pra lá e pra cá. Procuramos pousadas e encontramos algumas com vagas, mas com o preço mais inflacionado. Acabamos ficando na pousada Mão Luzia, uma casa administrada por um casal de idade por R$30/pessoa com café.


Enquanto tomamos banho, o Jorge e Luiz estavam em uma bicicletaria trocando o sistema de freios deles de disco para v-brake pois o trajeto estava desgastando demais as pastilhas de freio. Depois saímos para conhecer a cidade. Por uma falta de pesquisa da região, só depois descobri que a cachoeira do Tabuleiro, uma das mais altas do Brasil, ficava nessa cidade. Fica pra próxima.

Jantamos pizza num bar movimentado da cidade. Acabamos conhecendo alguns funcionários da mineradora e descobrimos que o minério-duto estava funcionando. Ele leva o minério até o estado do Rio ou  Espirito Santo com água. Aquilo não era para amadores.

Distância percorrida: 35,3 Km

23.10.14 - Dia 6: Conceição do Mato Dentro - Morro do Pilar

Combinamos sair mais cedo neste dia pois nosso cronograma estava atrasando. Por um lado estávamos pegando chuvas pela manhã, o caminho estava mais difícil que o previsto e alguns lugares estavam nos segurando (lado bom da palavra), por outro lado muitos de nós tínhamos uma data final.


De fato saímos mais cedo, mas começamos com uma subida longa ainda no asfalto. No final da subida deixamos a principal e entramos numa estrada de terra com uma longa descida. Na parte de baixo ficamos eu e Kolb esperando o pessoal que não chegava. Depois de uns 30min chegaram Paulo, Jorge e Luiz. Paulo ficou sem freio e tiveram que descer o morro praticamente empurrando.


Discutimos o problema, a bicicleta dele não suportava freios v-brake e não tinha pastilhas reservas. Em um primeiro momento ele usou algumas pastilhas meia-vida que o Jorge trouxe e relembramos que já não era a primeira vez que freios a disco davam problema em viagens.


Passamos por algumas paisagens bem legais como a ponte sobre o rio Sto Antonio, feito sobre uma base de pedra e muitas palmeiras em volta. Depois sobre outra ponte onde vi água limpa e propício a um banho. Aproveitei a oportunidade e depois Paulo também.


Chegamos em Morro do Pilar pouco antes das 14h. Almoçamos e resolvemos ficar na cidade, uma vez que a próxima perna seria de 35 quilômetros e no nosso ritmo fatalmente chegaríamos à noite.

Ficamos na pousada Licuri por R$40/pessoa com café muito bom.

Distância percorrida: 28,3 Km

24.10.14 - Dia 7: Morro do Pilar - Itambé do Mato Dentro - Senhora do Carmo

Nesta manhã o Paulo embarcou no ônibus para Belo Horizonte enquanto nos preparávamos para o pedal do dia. Começamos o pedal 08:30h sentido Itambé por uma estrada de terra razoavelmente plana no início.


Depois de vários quilômetros começamos uma subida longa e nesse ponto conseguimos ver a serra do cipó ao fundo. Na estrada que a gente estava andando entre algumas pedras bem grandes.


Itambé é bem pequena e acabamos não ficando muito. O trecho seguinte foi recém asfaltado e terminamos o pedal em Senhora do Carmo às 17h. Ficamos na pousada dos Neves por R$40/pessoa.


Depois ficamos num bar esperando a chagada do Paulo que não tardou muito. Ele trocou o jogo de pastilhas e comprou outro reserva. Assim não teve mais problemas no restante da viagem.

Distância percorrida: 51 Km

25.10.14 - Dia 8: Senhora do Carmo - Ipoema - Bom Jesus do Amparo - Cocais

Como a cidade não tinha atrativos históricos, ou pelo menos não soubemos, tocamos cedo para o pedal. O primeiro trecho foi em estrada de terra e bem tranquilo.


Chegamos em Ipoema que tem uma praça e casas em volta bem cuidadas. Enquanto o pessoal foi carimbar os passaportes numa pousada eu fiquei coletando pitangas no pomar dessa pousada.


A próxima perna foi até Bom Jesus do Amparo feito debaixo de um calor forte. Nesses dias tomar uma cerveja cai muito bem.


A última perna que fizemos foi basicamente por estradas cercadas por eucaliptos. Por causa das inúmeras bifurcações, parecia que a gente andava em círculos.


Cocais, que é uma vila de Barão de Cocais é um lugar bem legal. Praça grande com casinhas antigas em volta. Tivemos dificuldades em encontrar uma pousada por preço mais baixo. Encontramos 2 pousadas que cobrava cerca de R$80/pessoa. Pesquisando com o pessoal da cidade, encontramos o dono de um comercio que nos alugou uma casa por um dia por R$40/pessoa.

Depois das 20h fui andar na vila e ali parecia uma cidade fantasma. Não encontrei nada aberto nem ninguém nas ruas, assim voltei logo e ficamos vendo TV.

Distância percorrida: 56,4 Km

26.11.14 - Dia 9: Cocais - Barão de Cocais - Santa Bárbara

Dia de votação para presidente no segundo turno. Como não levei o titulo de eleitor, não pude justificar. Enquanto o pessoal ia fazê-lo, fiquei andando pela vila.


Depois saí um pouco antes que o pessoal para andar por outros lugares na vila e gastei um tempo numa outra praça que fica umas ruas acima. Conversei com dois senhores sobre a marcação do caminho CRER, que usa a estrada real para chegar em Aparecida. Nessa o pessoal que não me achou começou seguir para Barão de Cocais.


Depois perguntei para os transeuntes sobre 4 ciclistas e descobri que já tinham ido. Acabei alcançando eles alguns quilômetros depois. Pelo altimétrico, a gente sabia que havia uma montanha para atravessar. Ela acabou sendo longa mas dava para pedalar.


Pela manhã o tempo estava bem fechado, querendo chover a qualquer hora. Acabamos pegando  chuva na virada da montanha e sofremos um pouco por causa do barro. Ele grudava no pneu e começou a travar a roda. A bicicleta ficou imunda.


Quando chegamos em Barão, contamos com a solidariedade de um pedreiro que nos emprestou a mangueira pra tirar o excesso de barro. Um tanto depois encontramos um cachorro com um pedaço de arame farpado enrolado nele. Devia ter umas 8 farpas e todas travadas no pelo do poodle. Parecia que ele vivia com aquilo já há um bom tempo. Conseguimos  uma tesoura e o canivete do Luiz e depois  de uns 30min e alguns gritos do cachorro, conseguimos tirar. Da época de escoteiro: a boa ação do dia estava feita.

Na cidade começou a chover forte e procuramos um restaurante. Encontramos um no centro da cidade e almoçamos. O Kolb sugeriu ficar ali, mas decidimos seguir: ainda estava cedo. Como o caminho indicava uma trilha, resolvemos ir pelo asfalto evitando lama e assim conseguimos chegar rápido em Santa Bárbara, que valeu a pena.

Santa Barbara é uma cidade com estilo antigo, exceto uma ou outra construção, e muito bem cuidada. Ficamos com receio porque o pedreiro de Barão nos disse que a cidade era mais cara, o que não se confirmou.

Ficamos hospedados na pousada Novo Milênio, que é a casa de um senhor que tinha a esposa e 11 filhos. Como a esposa faleceu e quase todos os filhos foram embora, ele aproveitou a casa com muitos cômodos para hospedar gente. Ficou R$35/pessoa.

Jantamos numa pizzaria enquanto víamos a apuração dos votos:  Dilma ganhou por 51% a 48%. Ouvimos uma gritaria e carros buzinando: parecia que todos ali ganharam na mega-sena.

Distância percorrida: 28,5 Km

27.10.14 - Dia 10: Santa Barbara - Catas Altas - Morro da Água Quente - Santa Rita Durão - Bento Rodrigues

Choveu na madrugada e pela manhã o tempo estava bem feio. Resolvemos seguir para Catas Altas pelo asfalto. Depois vi que perdemos de ver um aqueduto que fica no trecho de estrada de terra.


Catas Altas é uma cidade muito bonita que tem uma montanha de pedra no fundo. Continuamos por estrada de terra agora bem mais próxima à montanha e a uma mineradora.


Chegamos em Morro da Água Quente, com seus muros feitos de canga. Conhecemos um guia e nos levou para conhecer uma piscina abastecida por uma nascente de água morna, além do lugar onde o ouro era separado.


Na saída do bairro, chegando na estrada de asfalto, encontramos um restaurante muito bom onde almoçamos. Continuamos pelo asfalto subindo e um quilômetro depois seguimos pela terra. Tínhamos a visão da serra do Caraça brilhante por estar molhada e com o sol batendo nela.


Atravessamos Sta Rita Durão sentido Bento Rodrigues. Foi um bom trecho de subida leve a no final uma descida íngreme. Como o pessoal da vila disse que não haveria pousada em Camargos (nosso destino planejado), resolvemos procurar um lugar para ficar.


 Encontramos a Sandra na frente de seu bar/pousada e ficamos ali por R$30/pessoa. Durante a noite jantamos na Joelma, excelente cozinheira que ficou nos mimando com geleias caseiras de jabuticaba, abacaxi com pimenta e laranja.

Distância percorrida: 45,7 Km

28.10.14 - Dia 11: Bento Rodrigues - Camargos - Mariana

A estrada para Camargos foi agradável, em estrada de terra e muita sombra de árvores. Realmente a vila não aparentava ter pousadas. Aliás ali parecia um lugar esquecido, mas parece já que teve importância.


Seguimos nesta batida até Mariana onde resolvemos ficar. Na chegada encontramos outro caminhão vendendo abacaxis. Varias cidades anteriores encontramos esses vendedores e na maioria deles compramos a fruta.


Almoçamos no centrinho e encontramos uma pousada bem atrás da igreja matriz onde ficamos por R$40/pessoa.


Tivemos a tarde toda para perambular pela cidade, que foi bastante proveitoso em relação a fotos.



Distância percorrida: 28,3 Km

29.10.14 - Dia 12: Mariana - Ouro Preto - Ouro Branco

O caminho para Ouro Preto é por asfalto sem acostamento. Felizmente a estrada principal ficava paralela a nossa, mas do outro lado do vale.


Pegamos água de uma bica e continuamos num ritmo lento, pois todo o caminho era de subida. Apesar de ser 11 quilômetros, chegamos quase na hora do almoço. Foi bom voltar em Ouro Preto depois de quase 20 anos.


Obtivemos o certificado de conclusão do caminho dos diamantes e despachamos pelo correio. Depois almoçamos e finalmente nos despedimos do Jorge e Luiz, que iriam para Campinas dali.


Voltamos para a estrada com destino a Ouro Branco e apesar de seguirmos por asfalto, acredito que foi a perna mais difícil de todo o caminho. Deixamos a cidade pela estrada atrás da estação ferroviária e subimos bastante. Depois um trecho de subidas e descidas longas sob um sol forte.


Assim que chegamos na cidade, o Kolb e o Paulo foram para a rodoviária comprar uma passagem para Taubaté, enquanto eu fui comprar um par de luvas (perdi as minhas pelo caminho). O ônibus para Taubaté era somente nos finais de semana então compraram para São Paulo.

Nos despedimos e eles embarcaram no fim do dia, enquanto eu continuaria o caminho por mais cinco dias enquanto durassem minhas férias. Fui procurar uma pousada e notei um certo cartel no valor delas: R$85 para quarto single. Finalmente tive uma dica do dono de uma delas para procurar a pousada Estrada Real onde consegui o valor de R$50.

Distância percorrida: 47,1 Km

30.10.14 - Dia 13: Ouro Branco - Lobo Leite - Congonhas - Alto Maranhão - Pequeri - São Bras do Suaçui - Entre Rios de Minas

Tomei o café na pousada e segui em frente saindo 07:15h. Verifiquei o caminho a seguir no dia anterior para Congonhas e segui. A estrada estava muito movimentada de carros e ônibus e depois percebi que iam para o trabalho numa fábrica enorme da Gerdau.


Fiz esse trecho bem rápido até chegar em Lobo Leite onde voltei a encontrar os totens do caminho velho. Conversei com uma pessoa ali e me confirmou que haveria uma subida bem forte e depois ficaria plano.


Confirmei o que ele disse e voltei a andar em velocidade de viagem (devagar). O caminho era entre uma floresta e foi assim até quase chegar em Congonhas. Perguntei num posto de ajuda turística como chegava na catedral e pra lá eu fui.


O lugar é imperdível com os 12 profetas em pedra sabão do Aleijadinho além dos passos de Cristo feitos em madeira.


Continuei atravessando a cidade e a estrada de terra voltou. Seguia agora para Alto Maranhão e percebi que pegaria uma chuva a qualquer momento.


Depois do bairro a chuva caiu forte. Fiquei esperando em baixo de algumas árvores e segui em frente. A chuva passou e logo passei por Pequeri sentido São Brás. Nesse trecho o caminho passa por uma fazenda e uma trilha bem fechada, mas muito boa para andar (sem buracos e com uma descida leve)

Passei por São Brás e continuei pelo asfalto, porem não encontrei mais os totens. Apesar da estrada não ter acostamento, o trafego era baixo. Logo cheguei em Entre Rios, onde encontrei a pousada Esperança por R$50/pessoa.

Distância percorrida: 61,3 Km

31.10.14 - Dia 14: Entre Rios de Minas - Casa Grande - Lagoa Dourada - Prados

Tomei o café e deixei a pousada por volta das 07h e tive certa dificuldade em encontrar o marco inicial. Perguntei aos transeuntes como seguia para Casa Grande e me indicaram a estrada que vim no dia anterior.


Estava convencido em seguir por asfalto, até que encontrei o marco. No fim entendi que como eu não vim pelo caminho oficial, minhas referências estavam erradas. Segui em frente.


Passei pela serra do Camapuã, que é um bairro e notei que este trecho os totens do caminho CRER estava junto com os totens da estrada real. Eventualmente, encontrava um abrigo feito de concreto com dois bancos com uma placa deste caminho. Bela estrutura.


O dia estava quente, mas consegui muitas sombras de árvores. A estrada lembra bem as estradas do sul de minas. Finalmente cheguei em Casa Grande, cidade pequena onde almocei por R$13 o prato feito.


Continuei o caminho por estrada de terra sentido Lagoa Dourada onde passei por várias plantações pelo caminho, até que cheguei no asfalto. As indicações mandavam seguir pela direita e logo depois para uma estrada de terra a esquerda. Desci um trecho e cheguei em uma fazenda e me informaram que o caminho era a direita no último totem e que o caminho estava com muito mato, uma várzea para atravessar e um morro pra atravessar.

Voltei para o asfalto e fui diretamente para a cidade. As vezes o caminho tenta evitar o asfalto, mas por caminhos muito difíceis.

Na cidade conhecida por ser a terra dos rocamboles, não teria como não comê-lo. Parei em uma das muitas padarias que ofereciam o dito doce. São várias opções de recheios e pedi o mais vendido: doce de leite. Imaginei que seria bem doce e pedi um café amargo para quebrar o doce e funcionou bem.

Já havia andado 60 quilômetros mas como tinha interesse em chegar em Prados para aproveitar mais as cidades seguintes e por ser 15h ainda, resolvi continuar. Segui pelo asfalto mas a indicação me jogou para uma plantação de eucaliptos com uma porteira fechada com cadeado. Nem pensei muito e segui pelo asfalto.

Esta decisão já não foi tão boa, pois o transito estava mais movimentado, não havia acostamento e era quase 20 quilômetros mais longe que o original. Porém no final deu certo e ainda cheguei com luz do sol em Prados. Perguntei a uma pessoa caminhando sobre pousadas e ele me indicou a Vivenda Letícia, que me agradou e me cobrou R$50.

Pela noite visitei a cidade de bicicleta, que fica a uns 2 quilômetros da pousada e percebi que existem muitas ladeiras na cidade. Depois voltei para a pousada para descansar desse fica mais puxado.

Distância percorrida: 103,3 Km

01.11.14 - Dia 15: Prados - Tiradentes - São João Del Rei - São Sebastião da Vitória

Neste dia resolvi seguir a indicação Kolb em seguir um caminho alternativo passando por um parque municipal ao lado da serra São Jose. A estrada começa na própria rua da pousada.


A paisagem é bem legal pois de um lado você vê a serra em pedra exposta e do outro o vale onde se vê a cidade de Tiradentes. Passei por algumas pessoas que iam buscar água em uma bica.


Depois existe uma bifurcação para o bairro bichinho mas continuei na principal sentido Tiradentes e mais adiante vem uma descida que liga a estrada principal e da estrada real. Nesse trecho passei por um ou outro artesão e por várias lojas vendendo objetos em pedra, madeira e metal.


Cheguei logo em Tiradentes, que me impressionou pela beleza. A cidade histórica é muito bem cuidada, quase toda calçada com pedras, com várias lojas de artesanato. Depois continuei pela estrada para a próxima cidade.


São João Del Rei já é uma cidade grande, com avenidas agitadas. A parte histórica é bem legal com a ponte em arcos, igreja São Francisco de Assis, Nossa Senhora do Pilar, Nossa Senhora do Carmo, Solar dos Neves, etc.


Continuei pela avenida que cheguei e passei num bairro bem pobre até chegar em um trecho de trilha. Em alguns momentos tive que carregar a bicicleta mas depois a trilha ficou boa para pedalar. Nesse trecho passei por onde a Nha Chica nasceu: uma casinha no meio do pasto, perto do bairro Rio das Mortes.


Segui por asfalto até o bairro das Goiabeiras e a partir dai uma subida forte começou. Já a descida por por caminho de vacas até uma fazenda. Contornei ela e continuei pela estrada até chegar no asfalto bem próximo da cidade de São Sebastião da Vitória.


Na chegada da cidade começou uma garoa e foi o tempo de acha a única pousada da cidade para chover forte. Fiquei na pousada Nova Vitória por R$25, simples mas confortável. Como choveu a noite toda, acabei ficando apenas na pousada e aproveitei para dormir cedo.

Distância percorrida: 57,8 Km

02.11.14 - Dia 16: São Sebastião da Vitória - Caquende - Capela do Saco - Carrancas

Acordei antes das 6, arrumei minhas coisas, tomei café e 6:30h já estava pedalando. A estrada de terra estava bem tranquila para pedalar com subidas e descidas leves, pouco transito e muita sombra.


Já em Caquende tive uma surpresa: a represa que fica entre a cidade e o bairro Capela do Saco estava muito baixa. Com isso a balsa que faz a travessia estava desativada. Contratei o serviço de um senhor para me levar do outro lado em um barco a remo.


O próxima perna já foi mais difícil, pois não há sobras e o calor ficou forte. Além disso eram muitas subidas e descidas e sempre no fim da descida eu precisava parar para passar pelo mata-burro que era paralelo a estrada. Foram vários desses.


O morro final onde ganho 300m de altitude judiou bastante e finalmente cheguei na cidade por volta das 14h. Não teve jeito, a possibilidade de seguir até Cruzilia ficou inviável. Fiquei na pousada Roda Viva por R$70. Já à noite assisti uma missa na matriz, que é muito bonita, antes de ir dormir.

Distância percorrida: 54,7 Km

03.11.14 - Dia 17: Carrancas - Cruzília - Caxambu

Este foi o último dia de viagem, mas até eu conseguir o ônibus não tinha certeza disso. Poderia acontecer de não haver ônibus para o horário que eu chegasse e ter que pedalar mais um pouco do dia seguinte.

Fui cedo pois sabia que tem um ônibus de Caxambu para o Vale do Paraíba a tarde. Como também sabia que seria um trecho longo sem apoio, tomei um café reforçado, levei 3 litros de água e saí pela estrada sentido estação Carrancas.


Até chegar no asfalto foi um trecho bem longo, cerca de 60 quilômetros e depois 6 quilômetros no asfalto com tendência de descida. Cheguei pouco depois do meio dia em Cruzilia onde fiz um lanche e comprei água (os 3 litros haviam acabado no caminho)


Toquei em frente para Caxambu pela rodovia que tinha um meio acostamento. Nesse trecho comecei a cansar ainda mais com o sol a pino. Fiz essa perna razoavelmente rápido e tive que tomais mais água do parque de Caxambu.

Cheguei na rodoviária às 14:45h e consegui a última passagem para Aparecida que saía 15:00h. Foi muita sorte, pois o próximo ônibus seria 23:00h. Tive que fazer o relaxamento e curtir o fim da viagem no ônibus.

Cheguei em Aparecida por volta das 19:00h onde comprei uma passagem para Pinda para 19:30h mas tive que embarcar no das 20:00h pois o ônibus anterior não tinha espaço para a bicicleta. Finalmente cheguei em casa por volta das 21:00h.

Fim de viagem. Consegui aproveitar todos os dias das minhas férias (no dia seguinte já fui trabalhar) e tive a oportunidade de fazer um clássico do cicloturismo com meus colegas.

Distância percorrida: 96,5 Km
Distância total da viagem: 816,9 Km

25 - 26.02.2023 - Atibaia - Jarinu - Cps

  Fui para Atibaia no ônibus das 7:30 da empresa Fênix, desembarcando na rodoviária as 8:45 na rodoviária da cidade. Tomei o café e parti p...